Conexões de Banda Larga Residenciais no Brasil

Nos últimos anos, o número de conexões de banda larga em domicílios no Brasil cresceu significativamente. Nesse artigo vamos descrever o uso de conexões de internet em domicílios no Brasil.

Crescimento de Conexões de Internet

Devido a fatores como a redução nos preços de assinaturas de serviços de banda larga e a expansão da infraestrutura de telecomunicações brasileira, o número de conexões de internet no país aumentou rapidamente nos últimos anos. Dados de julho de 2015 da Anatel indicam que existem no Brasil mais de 25 milhões de acessos de banda larga ativos, enquanto no ano de 2011 existiam apenas 14 milhões desses acessos.

O Programa Nacional de Banda Larga, a iniciativa do Governo Federal que teve início em 2010 com os objetivos de expandir a infraestrutura de telecomunicações nacional e reduzir os preços de serviços de internet, pode ser apontado como uma das causa para o crescimento recente do número de assinatura de planos de banda larga.

Entre os seus resultados, o programa governamental lançou planos de assinatura de internet de alta qualidade, com velocidade de 2 Mbps, ao custo mensal de R$ 39,90, o que contribuiu para a redução geral de preços de planos de banda larga. O programa também introduziu conexões de internet em diversas regiões do país que até então não contavam com qualquer provedor de serviços de qualidade, incluindo em áreas de difícil acesso do Norte e do Nordeste.

Para o mercado de conexões residenciais, é possível que o fator mais relevante para o aumento de assinatura de planos de banda larga tenha sido o crescimento do poder de compra da população brasileira, especialmente no caso das classes sociais menos favorecidas. Nos últimos anos houve um grande aumento na venda de dispositivos com capacidade de se conectar à internet, o que pode ter estimulado a contratação de conexões de banda larga residenciais.

Adoção de Conexões de Banda Larga em Domicílios Brasileiros

A pesquisa TIC Domicilios 2014, lançada recentemente pelo Cetic.br, o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação, apresenta informações detalhadas sobre a adoção de conexões de banda larga em domicílios brasileiros. O relatório é baseado em pesquisas extensas realizadas com usuários de todas as regiões e classes sociais do país, como forma de apresentar dados realistas sobre o atual estado do mercado de conexões de banda larga residenciais.

De acordo com a pesquisa, 50% dos domicílios brasileiros possuem conexões de internet. É importante notar que essa pesquisa calcula apenas as conexões realizadas por modems dedicados, que podem utilizar tecnologia por fio ou sem fio, e não inclui as conexões de internet realizadas por planos de dados de celulares. Uma pesquisa anterior, do ano de 2010, revelou que 27% dos domicílios brasileiros possuíam conexões de internet, um número que reflete as altas taxas de adoção encontradas no país nos últimos quatro anos.

Áreas rurais ainda apresentam um cenário precário, com apenas 22% dos domicílios alegando ter uma conexão de internet. Nessas áreas, devido à falta de infraestrutura de redes por fio, tecnologias sem fio são mais utilizadas do que em domicílios de áreas urbanas. Modems de redes móveis são usados em 36% dos domicílios conectados em áreas rurais, enquanto conexões de rádio são utilizadas em 27% e conexões de satélite são utilizadas em 5% deles. A velocidade das conexões de banda larga também é significativamente menor nessas áreas, uma vez que 29% dos domicílios possuem conexões com velocidades entre 256 Kbps e 1 Mbps.

Em áreas urbanas, conexões de banda larga são encontradas em 60% dos domicílios. As tecnologias de conexão mais utilizadas nessas áreas são DSL, presente em 28% dos domicílios conectados, e modem a cabo, presente em 27%. Por outro lado, modems de redes móveis são utilizados em 24% dos domicílios conectados em áreas urbanas. Cerca de 24% desses domicílios possuem conexões com velocidade superior a 8 Mbps.

Dispositivos Utilizados para se Conectar à Internet

A pesquisa indica que computadores de mesa estão sofrendo uma queda gradativa de adoção em residências no Brasil, enquanto computadores portáteis estão se tornando mais populares. De 2011 a 2014, o uso de computadores de mesa em residências caiu de 33% para 28%, enquanto o uso de computadores portáteis subiu de 18% para 30%. Por volta de 39% dos domicílios pesquisados alegaram ter mais de um tipo de computador.

Em 54% das residências, computadores de mesa são utilizados para acessar a internet. Computadores portáteis são utilizados em 46% das residências, enquanto tablets são utilizados em 22%. Entre todos os dispositivos utilizados para se conectar, telefones celulares são os mais populares, sendo utilizados em 76% dos domicílios conectados. Outros tipos de dispositivos utilizados para se conectar à internet incluem televisores, utilizados em 7% das residências conectadas, e consoles de videogame, utilizados em 5% delas.

Conectividade Sem Fio

Por volta de 32% dos domicílios conectados à internet no Brasil não possuem roteadores para a utilização da rede por pontos de acesso sem fio, o que pode dificultar o acesso à internet por usuários de dispositivos móveis sem planos de dados. A pesquisa também revelou que 82% dos usuários de celular brasileiros utilizavam de planos de dados para se conectarem à internet, enquanto 74% utilizavam redes wi-fi nesses dispositivos.

Compartilhamento de Acesso

Outro aspecto notável da pesquisa é de que 13% dos assinantes de serviços de banda larga alegam compartilhar seu acesso à internet com domicílios vizinhos. Esse é um hábito mais comum para usuários da região Nordeste, onde 22% dos domicílios conectados compartilham seu sinal. Ainda que possa parecer que essa prática é restrita às classes sociais mais baixas, a pesquisa revelou que ao menos 12% dos domicílios de alto poder aquisitivo também compartilham o acesso à internet com vizinhos.

Domicílios sem Conexões de Banda Larga

A pesquisa TIC Domicílios também inclui dados sobre domicílios sem conexões de banda larga, incluindo as razões mais comuns para não se contratar esses serviços. Essas razões incluem:

  • Altos custos: 49%
  • Ausência de computadores: 47%
  • Falta de interesse: 45%
  • Falta de necessidade: 40%
  • Falta de habilidade para se conectar à internet: 30%
  • Ausência de provedores de serviço: 18%
  • Possibilidade de acessar a internet em outros lugares: 15%
  • Preocupação com segurança e privacidade: 12%
  • Preocupação com conteúdo perigoso: 12%

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