Breve Histórico da Telebras
Última atualização: 9 dezembro 2014
A Telebras atualmente desempenha um importante papel na expansão dos serviços de telecomunicações.
Nesse artigo vamos descrever a história e atividades atuais da Telebras, o antigo monopólio de telecomunicações do Brasil e a empresa estatal responsável por expandir a rede de fibra óptica e oferecer conexões de internet de qualidade e acessíveis para a população do país.
Criação, Monopólio e Privatização
A Telebras foi fundada em 1972 como uma iniciativa do Governo Federal brasileiro em gerir o setor de telecomunicações do país, que viria a experimentar uma brusca expansão durante os anos seguintes. A Telebras serviu como a matriz para monopólios estatais de telefonia, uma operadora de telefonia de longa distância, conhecida como Embratel, e do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, ou CPqD.
As telecomunicações no Brasil se submeteram a um monopólio estatal por mais de duas décadas, um período que seus serviços, até mesmo os mais básicos, eram considerados caros e ineficientes. A instalação de um telefone fixo na década de 1980, por exemplo, custava aproximadamente US$ 1000 e levava por volta de dois anos para ser efetuada.
Durante esse período, a Telebras também foi responsável pela expansão de serviços de telecomunicações no Brasil, incluindo a operação dos primeiros satélites a transmitir dados para o país e a instalação das primeiras linhas de fibra óptica. A cobertura desse serviços para a população, no entanto, também era considerada insuficiente. Em 1998, haviam 24 milhões de de linhas de telefonia instaladas no Brasil, enquanto a população do país era de 158 milhões.
Um aprimoramento geral das telecomunicações no Brasil teve início em 1997, quando foi introduzida a Lei Geral de Telecomunicações, ou LGT, que propôs um modelo privatizado para esse setor e delegou as funções de regulamentação para uma nova organização, a Agência Nacional de Telecomunicações, ou Anatel.
A lei essencialmente extinguiu a Telebras ao instituir que a organização perderia o monopólio sobre os serviços de telecomunicações no Brasil, e direcionou todas as suas subsidiarias a serem privatizadas em 1998. Esse modelo, e sua regulamentação, continuam em voga no Brasil até hoje.
Reativação e PNBL
Em 2010, o Governo Federal pôs em ação um plano para expandir a rede de fibra óptica estatal e oferecer serviços de internet a preços acessíveis para a população nos anos seguintes. O Programa Nacional de Banda Larga, ou PNBL, necessitava de uma organização governamental para ser gerido, então foi decidido que a Telebras voltaria às atividades com o propósito de gerenciar esse programa e a rede de fibra óptica do país.
Desde sua reativação a Telebras trabalhou em conjunto com outras empresas e associações para aprimorar a velocidade e a estrutura da rede brasileira de dados. A rede de fibra óptica estatal, parte da qual é dividida com empresas privadas como a Eletrobras e a TIM, alcançou o tamanho de 21,7 mil km em 2014 e deverá atingir 28 mil km em 2015.
Essa rede, que cobre a maior parte dos estados do país e conecta grandes áreas urbanas com regiões remotas, é aberta para o tráfego de dados de operadores de telefonia e provedores de internet, constituindo um importante papel para as telecomunicações no Brasil. As capacidades do backbone da Telebras foram utilizadas, por exemplo, para a transmissão de 166 Terabytes de conteúdo audiovisual dos estádios que fizeram parte da Copa das Confederações Fifa de 2013 e da Copa do Mundo Fifa de 2014 para centros de emissoras de TV, sem que ocorressem falhas. A Telebras também é responsável por gerir os sistemas de redes do governo brasileiro.
A estratégia de cobrir toda a população brasileira com serviços de banda larga de qualidade inclui parcerias com operadoras, que oferecem planos de dados a preços baixos e gerenciam a estrutura de última milha, recebendo em troca a possibilidade de utilizar o backbone estatal. Áreas remotas e de difícil acesso, como regiões rurais, também são cobertas pela Telebras através do Backhaul de transmissão por rádio.
Outro objetivo da expansão de infraestrutura da Telebras é a conectividade com redes globais, que atualmente se refere à ligação do backbone com países vizinhos da América do Sul. Esse projeto, desenvolvido em parceria com a UNASUL, a União de Nações Sul-Americanas, planeja implementar uma rede circular e efetiva no continente. As primeiras instalações desse projeto tiveram início em 2013 e deverão demorar três anos para serem concluídas.
Projetos Futuros
A Telebras possui diversos projetos projetos já anunciados, que têm o foco em auxiliar a organização a expandir a rede brasileira e aprimorar sua qualidade. Um deles é a instalação de um cabo submarino para ligar a região Nordeste com a rede européia por meio da Espanha. O cabo, que será instalado em parceria com a empresa de cabos submarinos espanhola IslaLink, terá capacidade de 30 Tbps e deverá ser ativado em 2016.
Outro projeto anunciado é o lançamento de um satélite em associação com o Ministério da Defesa. A transmissão de dados do satélite deverá cobrir todo o país e servir como método alternativo para oferecer conexões de internet em áreas de difícil acesso. O lançamento também deverá acontecer em 2016.