Expansão da Telefonia Móvel no Brasil

O sistema de celular tem crescido exponencialmente desde que a tecnologia foi introduzida no Brasil há 25 anos. Nesse artigo vamos mostrar como o sistema de telefonia móvel vem crescendo ao longo dos anos no Brasil.

Primeiro Sistema de Telefonia Celular no Brasil

Os telefones móveis surgiram efetivamente no Brasil em 1990, quando a Telerj instalou no estado do Rio de Janeiro 30 estações rádio base com capacidade para 10 mil terminais de acesso. A banda A foi implementada com base na tecnologia AMPS, um padrão norte-americano de celular, representando a primeira geração da telefonia móvel, o 1G. Brasília, que já havia implementado uma tecnologia anterior ao celular na década anterior, instalou conexões para a banda A pouco depois em 1990. A cidade de São Paulo, considerada um dos mais importantes centros financeiros do país, foi a última a adotar o sistema, operado pela Telesp Celular, em meados de 1993, cobrindo uma área de 640 municípios.

A manutenção e operação do sistema de banda A era muito cara, o que demandava que cada usuário pagasse um caução de US$ 22 mil para a ativação dos serviços, sem incluir as tarifas cobradas por ligações, por exemplo. A falta de disponibilidade de acessos levou à implementação da banda B, uma geração superior, nos anos seguintes. A banda B possuía concessão privada quando foi implementada no país em 1997, mesmo antes da dissolução do monopólio da Telebras no ano seguinte, utilizando uma tecnologia digital com os padrões CDMA e TDMA.

Privatização de Operadores Móveis

Em 1998 uma medida regulatória foi criada que estipulava, entre outras coisas, a privatização do sistema brasileiro de telecomunicações, representando uma mudança radical no mercado no país. A mudança levou à uma rápida expansão do setor e finalizou o monopólio público sobre empresas de telefonia. Os provedores de telecomunicação móvel que eram parte do grupo da Telebras foram leiloados e, em sua maioria, vendidos para empresas estrangeiras, como a Telecom Itália, Global Telecom, BellSouth e a Bell Canada Int. O governo teve um lucro de aproximadamente R$ 30,5 bilhões com a privatização do sistema Telebras, sem incluir a venda das concessões para a banda B.

Os planos para dissolver o monopólio de telecomunicações no Brasil começou a ser discutido pelas autoridades em 1995, de forma a permitir que empresas privadas operassem no país. No mesmo período a Anatel também foi criada para regular o mercado e garantir a competição entre os provedores de serviço. A privatização do sistema trouxe tarifas mais baixas e mais opções de serviços, contudo a popularização dos telefones móveis no país só viria anos depois.

Os provedores de serviços de telecomunicação recentemente privatizados continuaram a operar em um tipo de monopólio até 2002, uma vez que apenas no ano seguinte o mercado de telecomunicações foi aberto para competição pelas áreas de cobertura. Em 2001, a Anatel lançou novos regulamentos para a exploração do sistema de telefonia celular no Brasil, com regras mais simplificadas para operar no mercado, além do leilão de mais duas frequências operacionais.

Os novos participantes no mercado de telefonia móvel e proprietários da nova banda B, resultantes do leilão de um total de 10 áreas de cobertura pode uma quantia total de R$ 7,613 bilhões, foram:

  • BCP, controlada pelo Grupo Safra, BellSouth, OESP Splice e BSB Participações
  • Tess, controlada pela Telecom Américas, Tel Investimentos e Eriline
  • ATL, controlada pela AI, Telecom Américas/SBCI e América Móvil
  • Maxitel, uma propriedade da Telecom Itália
  • Global Telecom, controlled by Daini do Brasil SA, Global Telecom and Inepar S.A.
  • Telet, que não era parte do Sistema Telebras, é agora uma propriedade da BCI - Bell Canada Int.
  • Americel, controlada pela BCI - Bell Canada Int.
  • Norte Brasil Telecom, propriedade da TCO e Inepar SA
  • BSE, uma propriedade do Grupo Safra, BellSouth, Ljesp e Splice

A expansão de Telefones Móveis no Brasil

O processo de globalização acelerou a evolução das tecnologias de telecomunicação através dos anos, provendo mais qualidade, velocidade de conexão e estabilidade para os usuários. Atualmente 8 grupos de provedores de serviços móveis operam no Brasil, dos quais quatro detém combinados mais de 90% de participação de mercado.

O mercado de telefonia móvel no Brasil continua a crescer exponencialmente mesmo com a incidência de altos impostos sobre o serviço, em 2012, por exemplo os provedores de serviço de telecomunicações pagaram R$ 61 bilhões em impostos. Contudo as tarifas cobradas por minuto registraram uma redução de 57% anos últimos anos, resultando no aumento da base de clientes. O tempo de consumo médio foi calculado em torno de 120 minutos por usuário no primeiro trimestre de 2015, e o preço médio por minuto é aproximadamente R$ 0,16. Os telefones móveis já estão substituindo linhas fixas no país, geralmente devido a tarifas mais acessíveis e maior praticidade. De acordo com pesquisa do IBGE, metade dos domicílios brasileiros utilizam celulares como o principal meio de comunicação.

O Brasil já é o quarto país do mundo com maior quantidade de celulares, e o número de ativações já ultrapassa o total de habitantes, em torno de 283 milhões de acessos, correspondendo a 1,37 linhas por cidadão. Os usuários de planos pré-pagos são a maioria no mercado, representando 75,5% dos acessos, mas esses números estão decrescendo. As operadoras estão investindo para cobrir ainda mais cidades pelo país, especialmente aquelas onde a infraestrutura fixa não está disponível, expandindo os serviços móveis para áreas remotas.

Os provedores, que resultaram da privatização do sistema de telecomunicação, passaram por profundas mudanças nos anos seguintes a sua criação, em sua maioria fundindo com outros para criar um número menor de competidores com maior relevância. Na tabela abaixo, são listados os principais provedores móveis com suas respectivas participações no mercado, de acordo com dados da Anatel no primeiro semestre de 2015.

ProvedorNúmero de UsuáriosFatia de mercado
Vivo81.879.00028,89%
TIM75.749.00026,73%
Claro71.942.00025,39%
Oi50.388.00017,78%
Algar1.254.0000,44%
Nextel1.821.0000,64%
Sercomtel56.0000,02%
Porto Seguro Telecom, conhecida como Conecta e Terapar (MVNO)311.0000,11%

Acessos de Banda Larga Móvel

O crescimento de conexões em banda larga ajudaram na inclusão digital de uma grande parcela da população, tornando-se ainda mais popular com a introdução da banda larga móvel, que atualmente representa 78% dos acessos de internet, contando com a maior densidade de acessos de banda larga na América Latina. A Anatel registrou 6,76 milhões de novos acessos em redes 4G no Brasil em 2014, 416,55% mais do que no ano anterior. O uso de tecnologias 2G, atualmente com aproximadamente 9 mil acessos, está diminuindo com o avanço das tecnologias disponíveis.

A tecnologia 3G apenas começou a ser implementada no país em 2008, usando os padrões WCDMA e HSPA. Entretanto até as primeiras instalações da tecnologia 4G LTE depois em 2012, o 3G ainda não estava totalmente consolidado no mercado, considerando que esta tecnologia ainda não cobre a maioria das cidades do país. Ambas as gerações de tecnologias ainda estão em crescimento no mercado móvel brasileiro com preços mais acessíveis junto com a popularização de smartphones e tablets, resultando em uma demanda por conexões mais rápidas. Atualmente, 93,8% da população é servidas pela cobertura 3G, e apenas 44% por tecnologias 4G. A implementação 4G foi acelerada pelo governo e serviços regulatórios de forma a atender as cidades-sede da Copa do Mundo FIFA™ Brasil 2014.

O PNBL, Programa Nacional de Banda Larga, criado com o propósito de trazer conexões banda larga e universalizar o acesso de internet em diversas partes do país, também previa atender regiões onde as redes móveis ainda não haviam alcançado. Apesar de o programa ter planos para levar internet para diversos domicílios do país, a maioria ainda não é servida de conexões, que representam apenas 0,8% dos acessos.

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