Cibercrimes no Brasil

A cada ano mais brasileiros se tornam vítimas de cibercrimes, e essas ameaças ganham versatilidade e capacidade para atingir diversos tipos de dispositivos. Nesse artigo vamos destacar alguns dos cibercrimes que mais afetam usuários brasileiros.

Comportamento em Ambientes Online e Vulnerabilidades

Nos últimos anos, um grande número de brasileiros ganharam acesso a computadores, dispositivos móveis e conexões de banda larga, como resultado de iniciativas do governo e de setores privados que contribuíram para tornar essas tecnologias mais baratas e aumentar sua disponibilidade para a população.

Ainda que esses fatos sejam objetivamente positivos para o país, eles também indicam que muitos brasileiros estão se conectando a ambientes online pela primeira vez em suas vidas, o que significa que dificilmente esses usuários tomarão as medidas necessárias para garantir a proteção de seus dados pessoais. A falta de atenção para medidas de segurança no uso da internet pode ser considerada uma característica generalizada do público brasileiro, e pesquisas indicam a presença de diversas vulnerabilidades por parte de usuários de computadores e dispositivos móveis.

Em 2014, um estudo da empresa de cibersegurança Avast revelou que 65% dos roteadores encontrados em domicílios brasileiros utilizavam a senha original desses equipamentos para fazerem conexões com a internet. A ausência de proteção nesses dispositivos resulta em uma vulnerabilidade severa, pela qual cibercriminosos têm a capacidade de acessar funções importantes desses equipamentos e coletar informações pessoais dos usuários que se conectam por eles.

Outro estudo, conduzido pela empresa de cibersegurança Symantec em 2013, revelou que 61% dos usuários adultos no Brasil se conectam a redes sem fio sem medidas de proteção, ou redes disponíveis para uso público, enquanto 39% dos usuários de smartphones não apagam e-mails suspeitos. A mesma pesquisa descobriu que seis em cada dez usuários de internet já haviam sido vítimas de cibercrimes, e que os danos resultados dessas práticas somavam R$ 18 bilhões.

Conforme um número crescente de brasileiros se conectam à internet e mantém comportamentos vulneráveis, cibercrimes já conhecidos e novos têm o potencial de se tornarem grandes ameaças para a parcela da população que utiliza serviços online.

Vulnerabilidades Recentes

Além dos meios tradicionais de infecção por malwares, como realizar o download de arquivos maliciosos de mensagens de e-mail, usuários brasileiros têm sido afetados por vulnerabilidades descobertas recentemente. Uma delas são os plugins maliciosos que têm a forma de extensões de navegadores e afetam aplicativos como Chrome e Firefox, os navegadores mais populares no Brasil. Um estudo da empresa de cibersegurança Trend Micro revelou que usuários brasileiros representam 24% de todos os afetados por extensões maliciosas em todo o mundo.

Estatísticas do CERT.br, o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil, indicam que atividades maliciosas realizadas em ambientes online cresceram 197% de 2013 a 2014. Práticas como negação de serviço, ou denial of service, escaneamento de rede e ataques a páginas de internet e servidores cresceram significativamente nesse período.

Malware Bancário e Phishing

Uma das maiores ameaças para os usuários de internet brasileiros é o malware bancário, uma forma de cibercrime que se disseminou depois da ampla adoção de uso de sites de bancos por parte da população. A vulnerabilidade em ambientes de bancos online, em termos numéricos, pode atingir mais da metade das operações financeiras do Brasil segundo estatísticas do ano 2013 da Febraban, a Federação Brasileira de Bancos.

Algumas das características dos sistemas de pagamento brasileiros também contribuíram para o desenvolvimento e disseminação de ameaças específicas para determinados métodos de pagamento. Um dos maiores exemplos desse tipo de ameaça é o Bolware, ou softwares maliciosos desenvolvidos para modificar arquivos de Boletos Bancários a fim de que usuários inadvertidamente depositem dinheiro em contas bancárias de criminosos quando realizam o pagamento desses boletos. Esse tipo de cibercrime, de acordo com pesquisas da empresa Trend Micro, afeta em sua maioria os usuários dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Devido às vulnerabilidades resultadas do comportamento de usuários brasileiros de internet, o país se tornou um dos maiores alvos para cibercrimes envolvendo ambientes bancários. Um relatório da empresa Kapersky de 2014 revelou que 6,5% de todos os cibercrimes financeiros e bancários do mundo acontecem no Brasil, e que 20% dos usuários afetados por softwares maliciosos no país estavam infectados com malware financeiro ou bancário.

Um dos modos mais comuns para usuários se tornarem vítimas de cibercrimes financeiros é acessar páginas disfarçadas como os ambientes online dos maiores bancos do país, e desse modo enviar informações pessoais a criminosos. Esse tipo de crime, conhecido como phishing, afeta cerca de 14% dos usuários de internet do Brasil, e acarreta uma perda de em média R$ 200 por usuário, de acordo com um estudo de 2013 da Microsoft.

Vulnerabilidades em dispositivos móveis e redes sociais

Conforme dispositivos móveis como smartphones e tablets se tornaram algumas das principais plataformas para brasileiros acessarem a internet, o número de cibercrimes direcionados a esses dispositivos também aumentou nos últimos anos.

Esses tipos de ataques variam entre cibercrimes já conhecidos, como a instalação de malware para a coleta de informações pessoais, a novas ameaças, como o chamado Ramsonware. Esse tipo de cibercrime se refere aos softwares que encriptam arquivos importantes salvos nos dispositivos, como documentos e fotos, e cobram uma tarifa para torná-los acessíveis novamente. De acordo com um relatório do Google publicado em 2015, usuários brasileiros de smartphones apresentaram taxas de infecção por aplicativos maliciosos, por spyware e SMS fraudulentos maiores do que a média global.

Redes sociais, que são extremamente populares no Brasil, também se tornaram um novo meio para criminosos atingirem usuários do país. Um estudo da empresa Symantec de 2012 concluiu que quatro de cada dez usuários brasileiros de redes sociais se tornaram vítimas de cibercrimes. Algumas das ameaças mais comuns relacionadas a redes sociais incluem softwares maliciosos que alegam poder mudar a aparência das páginas dessas redes, ou adicionar funções adicionais, e conteúdo divulgado nelas, na forma de fotos ou vídeos, que contém códigos maliciosos.

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