Medição Inteligente no Brasil

O uso de equipamentos de medição inteligente está mudando a forma como serviços básicos são gerenciados no Brasil e no mundo. Neste artigo, vamos mostrar como essas tecnologias estão sendo desenvolvidas e instaladas no Brasil.

Ao longo dos últimos anos, consumidores em todo o mundo têm se tornado mais conscientes sobre o consumo de recursos como água e eletricidade. Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para auxiliar na redução do desperdício e controle de consumo, resultando em maior economia nos gastos domésticos. Em vários países, projetos para atualizar as redes existentes estão em fase inicial.

Isto não é diferente no Brasil, apesar de a maior parte dos projetos de medição inteligentes estarem focados no mercado de energia elétrica, de forma a criar uma rede inteligente. O novo equipamento de medição traz o benefício de maior controle sobre o sistema e redução nas perdas comerciais, causadas principalmente por roubos, garantindo maior eficiência no serviço. A rede inteligente possui diversas utilidades como gerenciamento de fornecimento e monitoramento em tempo real através da internet por dispositivos móveis e televisores.

Projetos piloto no Brasil

A pioneira na modernização de suas redes é a AMPLA, fornecedora de energia de 66 cidades do Rio de Janeiro, que começou o projeto em 2008. A companhia opera em uma área com mais de dois milhões de domicílios e, com o uso da medição inteligente, foi capaz de reduzir em 20% a perda total na rede devido a roubos. Mesmo com alguns problemas iniciais, foi considerado uma das maiores inovações no Brasil na última década.

Atualmente, o conceito de medição inteligente está presente em seis estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e o Amazonas, envolvendo fornecedores locais. Os objetivos destes projetos piloto é criar modelos de implementação padrão para outras cidades seguirem no futuro. Uma das primeiras melhorias trazidas pelo sistema foi o novo método de cobrança a partir do uso por horário.

Outros serviços essenciais como água, esgoto e gás não possuem plano similar ao modelo de implantação energético como a rede inteligente. A tecnologia para estes casos já existe, mas não é adotada por nenhuma das companhias de serviço. A única exceção é a cidade de Campinas, no interior do estado de São Paulo, que usa uma rede baseada na tecnologia PLC para administrar o consumo médio de água e eletricidade.

A rede inteligente é voltada para atender o chamado Grupo B, que inclui residências urbanas e rurais, que são os consumidores de baixa tensão, com exceção de casas de classes sociais mais baixas e iluminação pública.

Medidas regulatórias para o sistema

A ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, lançou em agosto de 2012 uma norma específica para equipamentos de medição eletrônica, de forma a facilitar sua instalação. A regulação demanda requisitos mínimos para o equipamento de medição inteligente, que incluem as seguintes especificações de medida:

  • Tensão
  • Energia elétrica ativa
  • Energia elétrica reativa indutiva
  • Interrupções de curta duração
  • Interrupções de longa duração
  • Duração da transgressão de tensão
  • Postes de carga
  • Sentido do tráfego de dados
  • Medições remotas
  • Gerenciamento remoto
  • Protocolo de comunicação

A fim de conseguir um equipamento de medição inteligente, o consumidor deve solicitá-lo junto ao fornecedor de energia. Existem dois tipos que podem ser requisitados, sendo um instalado sem taxas adicionais, utilizando o sistema de tarifa branca determinado por um preço flexível de consumo determinado pela faixa horária, variando com o dia da semana. O outro é mais completo, oferecendo informação específica de acordo com o serviço prestado e cuja instalação pode ser cobrada pela companhia de fornecimento de energia elétrica.

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