Medição Inteligente no Brasil
Última atualização: 8 junho 2015
O uso de equipamentos de medição inteligente está mudando a forma como serviços básicos são gerenciados no Brasil e no mundo. Neste artigo, vamos mostrar como essas tecnologias estão sendo desenvolvidas e instaladas no Brasil.
Ao longo dos últimos anos, consumidores em todo o mundo têm se tornado mais conscientes sobre o consumo de recursos como água e eletricidade. Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para auxiliar na redução do desperdício e controle de consumo, resultando em maior economia nos gastos domésticos. Em vários países, projetos para atualizar as redes existentes estão em fase inicial.
Isto não é diferente no Brasil, apesar de a maior parte dos projetos de medição inteligentes estarem focados no mercado de energia elétrica, de forma a criar uma rede inteligente. O novo equipamento de medição traz o benefício de maior controle sobre o sistema e redução nas perdas comerciais, causadas principalmente por roubos, garantindo maior eficiência no serviço. A rede inteligente possui diversas utilidades como gerenciamento de fornecimento e monitoramento em tempo real através da internet por dispositivos móveis e televisores.
Projetos piloto no Brasil
A pioneira na modernização de suas redes é a AMPLA, fornecedora de energia de 66 cidades do Rio de Janeiro, que começou o projeto em 2008. A companhia opera em uma área com mais de dois milhões de domicílios e, com o uso da medição inteligente, foi capaz de reduzir em 20% a perda total na rede devido a roubos. Mesmo com alguns problemas iniciais, foi considerado uma das maiores inovações no Brasil na última década.
Atualmente, o conceito de medição inteligente está presente em seis estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e o Amazonas, envolvendo fornecedores locais. Os objetivos destes projetos piloto é criar modelos de implementação padrão para outras cidades seguirem no futuro. Uma das primeiras melhorias trazidas pelo sistema foi o novo método de cobrança a partir do uso por horário.
Outros serviços essenciais como água, esgoto e gás não possuem plano similar ao modelo de implantação energético como a rede inteligente. A tecnologia para estes casos já existe, mas não é adotada por nenhuma das companhias de serviço. A única exceção é a cidade de Campinas, no interior do estado de São Paulo, que usa uma rede baseada na tecnologia PLC para administrar o consumo médio de água e eletricidade.
A rede inteligente é voltada para atender o chamado Grupo B, que inclui residências urbanas e rurais, que são os consumidores de baixa tensão, com exceção de casas de classes sociais mais baixas e iluminação pública.
Medidas regulatórias para o sistema
A ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, lançou em agosto de 2012 uma norma específica para equipamentos de medição eletrônica, de forma a facilitar sua instalação. A regulação demanda requisitos mínimos para o equipamento de medição inteligente, que incluem as seguintes especificações de medida:
- Tensão
- Energia elétrica ativa
- Energia elétrica reativa indutiva
- Interrupções de curta duração
- Interrupções de longa duração
- Duração da transgressão de tensão
- Postes de carga
- Sentido do tráfego de dados
- Medições remotas
- Gerenciamento remoto
- Protocolo de comunicação
A fim de conseguir um equipamento de medição inteligente, o consumidor deve solicitá-lo junto ao fornecedor de energia. Existem dois tipos que podem ser requisitados, sendo um instalado sem taxas adicionais, utilizando o sistema de tarifa branca determinado por um preço flexível de consumo determinado pela faixa horária, variando com o dia da semana. O outro é mais completo, oferecendo informação específica de acordo com o serviço prestado e cuja instalação pode ser cobrada pela companhia de fornecimento de energia elétrica.